Arrumar as minhas malas e me desfazer das amarras naturais que
criei nos locais onde escolhi ficar por um tempo e decidir voltar ao
Brasil depois de quatro anos de Europa, me afastou do meu Clube dos Mapas que tanto
gosto.
Quase três anos sem nenhuma linha escrita sobre roteiros, sacadas,
furadas e mapas percorridos.
Mas nesse período reiventei minha profissão, fortaleci minha fé,
encontrei um amor, passei pela dor e viajei, claro.
Hoje, depois de comprar uma vitrola e vários discos de vinil,
volto a colocar aqui meus mapas e minhas dicas de como viajar muito bem, sem esvaziar os bolsos e com aquela dose de estilo. Roteiros culturais, circuitos alternativos, lugares clichês
e descobertas que não estavam no mapa; tudo aqui com as direções de norte a
sul.
Não viajo sem vasculhar blogs e mais blogs, talvez por isso,
o desejo de retribuir minhas coordenadas.
São 19 países até agora, 17 deles na Europa. Vou resgatar
meus diários de bordo e colocar aqui o que realmente importa.
Os novos mapas estarão por essas páginas também, desde a
busca das passagens até o carimbo da volta.
Olhando para minha casa, vejo que ela é um arquivo vivo de onde passei. Tem de
tudo: tábua de carne de Edinburgh enfeitando a parede do fogão, quadro no banheiro de um
cartaz de uma peça da época da Belle Epóque do Teatro Solís de Montevidéu e até
minha miniatura belga dos Smurfs mordido pelo meu ex-cachorro Almodóvar na estante da sala.
Estou de mudança novamente e quero uma casa cheia de espaços
vazios para ser preenchido por aquilo que ainda vivenciarei. E nada disso
será para mostrar para as pessoas, é apenas minha história, contada somente pelo que couber em uma mala.
Embarque nessa e desça quando quiser para apreciar a vista.
Que a nossa viagem seja bacana!
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