12.3.13

Olso: o que não deixar de fora no seu roteiro pela Noruega

A Escandinávia permeia nosso imaginário como lugar de gente loura, alta, magra e rica. Como se vivessem em mundo seleto e exclusivista. Puro luxo em resumo! Quem não gostaria de desembarcar em solo tão nobre?
Eu sempre quis. Aterrissei em terras norueguesa e te conto o que não deixar de fora do seu roteiro em uma visita a Oslo, uma das capitais mais cara do mundo.
 

1)      Bater pernas no Ostbanehallen, coladinho na estação central de trens e cravada no Centro da cidade. Eles chamam de shopping, mas é mais um centro comercial com pitadas de mercadão. Nas lojinhas rola de tudo: roupas, temperos, revistas, sapatos e gente no sobe e desce das escadas.
 
Fachda da Ostbanehallen

Interior do mercadão
2)      Apreciar a vista da cidade do alto da Fortaleza e Castelo Akershus. Construído em 1290 com intuito de proteger a cidade tornou-se depois uma prisão e, hoje, abriga a armaria militar da época e é onde acontecem os jantares solenes governistas oferecidos a visitantes de outras lideranças estrangeiras.
 
Vista de Akershus
 
Com a Akershus de fundo
3)Passar na Catedral de Oslo – A terceira versão construída na cidade, por volta de 1967. A torre alta, passível de ser avistada de longe, dá um charme nas fotos.
 
A torre da Igreja ao fundo
 
4)      Aproveitar a programação cultural do Teatro Nacional e não se importar se o norueguês não for sua língua mais próxima.
 
Fachada do Teatro Nacional
 
5)      Vasculhar as vitrines da Rua Karl Johans Gate, a principal da cidade, que se  extende da Estação Central até o Palácio Real. Lembrando que os preços são altos, mas olhar não dá nada!
 
 
6)      Ainda na Karl Johans tomar um café no tradicional bar do Grand Hotel. Diz a lenda que era ali que Edvard Munch cafeava.
 
 
7)      Ainda ali pertinho visitar o Prédio do Parlamento Norueguês, o Storting, projetado pelo sueco Emil Victor Langlet.
 
 
8)      Passar alguns bons minutos no Slottet, o Palácio Real e casa da monarquia local, e dividir esse tempo entre os 173 quartos- recentemente aberto a visitação- e o jardim que tem vista para a Karl Johans.

 
 
 
9)      Passear na praça em volta do City Hall, costeando o mar. Aliás, se deslumbra com a águas que abraçam a cidade.
City Hall ao fundo com seu relógio em uma das torres
 
10)   Visitar o Centro Nobel da Paz e mergulhar na exposição sobre os ganhadores dos prêmios, suas histórias e requisitos de escolha. A lojinha tem  itens bem bacana para trazer na mala.

 
11)   Ficar de boca aberta com a imponência da Ópera House de frente para os Fjord da cidade. Inaugurado em 2008,  a estrutura abusa das formas modernistas. Andar pelo teto do prédio e ver a vista bem lá de cima é uma daquelas coisas que não tem preço. (Mentira, na Noruega tudo tem preço sim). Dá também para circular pelo interior. Mas não esqueça de ficar sentado em qualquer lugar ou nas mesas  do Café dispostas na calçada, vendo a vida nórdica passar em frente do seus olhos.
 
 
 
12)   Ali do teto da Ópera se embriagar com a escultura “She Lies”: obra de vidro instalada numa plataforma de concreto no meio dos Fjord de Oslo da artista Monica Bonvicini.
 
 
13)   Tomar uma ou várias bebidas na badalada Praça Aker Brygge. No verão o píer é dominado com instalações de luxo que se transformam em bares cheio estilo e ponto de encontro. Prepare o visual, já que os nativos são super trend e andam nas ruas com os modelitos de passarela.
 
Praça Aker Brygge vista do mar com seu barcos-festas ancorados

Aqui é a festa. Carregue a carteira e vem!
 
14)   Fazer um passeio pelo Fjord de Oslo. Escolhi  o tour Fjord Sightseeing, da empresa Baitserice, de duas horas, que passou por várias penínsulas entre as que abrigam as casas de veraneio de ricos e famosos dali. Preço 260 NOK.
 


 
 
15)   Conferir a diversidade cultural do bairro Gronland, a casa da maioria dos imigrantes que representam cerca de 20% da população local com destaque para os paquistaneses e somalianos.
 

Os muitos árabes em Groland
 
16)   Pegar o barquinho no cais atrás do City hall e circular pela ilha  Bygdøy - a região dos museus. Ali estão o Folk Museum, o Fram na qual conta a história dos primeiros exploradores polares, o Viking e o melhor de todos: o Norsk.
Os barcos viking do Viking Museu
 
17)  Vasculhar cada cantinho do Norsk Folk Museum. A estrutura é um show a parte já que a história do país é contada numa área a céu aberto e em forma de teatro interativo. Muito bom mesmo!

 
Uma espécie de fazendo a céu aberto transformado em museu

Com casinhas de época reconstruídas

Aqui se fazia pão à moda antiga e com possilidade de provinha.

Nada como moer o café que se beberá daqui a pouquinho


 
18)   Se perder entre as esculturas do The Vigeland Park. São mais de 200 obras feitas com aço, cobre e bronze produzidas por Gustav Vigeland. Imperdível!
 







19)   Conhecer melhor o movimento expressionista pelas mãos de Edvard Munch, um dos mais famosos artistas do país e consagrado mundialmente com a série O Grito.  Dois dos quatro quadros  estão no Museu Munch, outro na Galeria Nacional e a último é de propriedade particular.
 
Foto Divulgação
 
20)   Escolher uma festa daquelas e se jogar de boca nas bocas nórdicas.
 
Aquece!

Mapeando

Quem Leva – Fui de Ryanair de Dublin até Rygge.  Do Brasil não tem voos diretos, conexões acontecerão em países como Alemanha, Inglaterra, Holanda, Portugal e França. De qualquer um desses locais  várias companhias low cost voam para Noruega.

Aeroporto – centro – aeroporto – Do aeroporto de Rygge tem um ônibus Express sincronizado com a hora de desembarque e embarque do voo da Ryanair. A viagem leva uma hora e o ônibus é confortável e a parada final e inicial é no terminal rodoviário, pertinho da estação de trem bem no centrão. O preço é equivalente a 20 euros cada trajeto e o bilhete pode ser comprado com o motorista.

Moeda – A moeda local é a Coroa Norueguesa e 1 Coroa equivale a R$0,35. Parece pouco, mas na real tudo custa caro. Quer ver? Uma cerveja custa em torno de 85 NOk, ou seja, em torno de R$29.

Língua – a idioma local é o norueguês, mas o inglês é surpreendentemente bem falado em todos os locais.

Quando ir – O inverno, você já deve saber, é um dos mais rigorosos do planeta. A não ser que você queira muito ver neve opte pelo alto inverno (dezembro a fevereiro), caso contrário, a partir de maio até final de setembro o clima é dos melhores. Lembrando que no inverno todos os passeios externos ficam, literalmente, inacessíveis.

Circulando – O trem urbano circula legal pela cidade, no entanto, o preço do bilhete é salgado. Dá pra circular a pé e de boa pelas regiões de interesse. Se você estiver pela Estação Central e quiser ir até o Vigeland Park é aconselhavel pegar o trem ou ônibus para otimizar tempo e evitar subidas.

Onde ficar – Qualquer lugar entre a Estação Central e o Palácio Real está perfeito. Fiquei hospedado no Cochs Pensjonat, atrás do jardim do Palácio, um bairro bem legal, cheio de lojas bacanas, cafés e bem servido de transporte caso quisesse.
 
O que não rolou – Fazer o trajeto de Oslo a Bergen e se deslumbrar com os fjords, os verdadeiros. Esse passeio arrancava com o preço de 350 euros. E ver o Sol da meia noite. O mais perto que cheguei disso foi ver uma lua  com o céu bem azul às 22h48m.
 
 


Clube Surpresa

Quando olhei no mapa, vi que pouca coisa havia acima de Oslo, a menor capital europeia e, mas do que nunca, queria ter esse privilégio.   Sem medo e orgulhoso, comprei os bilhetes. Durante a preparação do roteiro fiquei um pouco assustado com os preços que me esperavam. Mas pensei que tudo daria certo, como sempre deu.

Desembarquei no aeroporto e o preço do translado até o centro foi o equivalente a 20 euros cada trajeto. O que já era mais caro do que as passagens de avião na qual paguei pela ida e volta €21. Contei minhas coroas norueguesas no caminho umas duas vezes já que tinha três dias pela frente. Vamos que vamos, pensei!

O trem que me levou do Centro ao hotel já me fez desembolsar uma mini fortuna: o equivalente a cinco euros o trajeto. Bora caminhar, chorei!

Cheguei em Oslo num feriado prolongado, em plena festa de final da competição musical Eurovision. Cidade lotada, Sol brilhando, temperatura agradável, Escandinávia e eu... com sede. Uma garrafa de água o equivalente a sete euros. Ok! água só do banheiro, resmunguei.

Viagem econômica na sofisticada Oslo pode não ser uma boa ideia...

 
Clube Experiência
Hummm...fome! Todos os lugares que havia listado para comer no meu roteiro estavam fora de cogitação de tão caros. Ainda mais que eu não como peixe ou nada que vive ou viveu na água. Mais uma vasculhada pelo Centro e nada muito, digamos, barato.
 McDonald´s aqui vou eu. Sim, eu sei que isso não se faz. Mas não havia outra saída, pois tive de montar um plano de ação, já que queria festar, beber e fumar (ainda fumava nesses tempos de glória) e ainda tinha que comer. Então, como o hotel já havia sido pago, não pegaria transporte público porque a cidade é fácil de circular a pé e havia separado o dinheiro do ônibus que me levaria pro aeroporto, o que sobrou seria pra comer e festar.
 
Pelas minhas contas - nesse momento eu comia dois hambúrgueres com um latte pequeno - eu teria ainda mais dois almoços, duas jantas e dois cafés da manhã. Revertendo isso tudo em qualquer restaurante na cidade não daria para me alimentar.
Os supermercados, por causa do feriado, estavam fechados e o que havia aberto eram as lojas de conveniência que normalmente têm os preços mais altos, agora imagina na Noruega?  Ainda teria as noites regadas às coisas boa da vida. Resumo da ópera: McDonald´s – amo muito tudo isso.
 
Ah! Depois da primeira noitada me certifiquei que o Mc seria meu lugar. Por quê? Porque a cerveja custava cerca de 9 euros e o cigarro cerca de 12 euros. Ou seja, prepare seu bolso já que Oslo é a cara da riqueza.
Mas dito isso, a cidade é linda, fácil de atravessar num piscar de olhos. Enganei-me em algumas coisas tipo: não era o único negrão a andar pelas ruas.  O que isso quer dizer? Que em como quase todas as cidades europeias os árabes tomaram conta, assim como os chineses, europeus lá do Leste e africanos. Na maioria das ruas centrias e no bairro de Gronland se vê árabes e somalianos e forma de bandos, ouvindo som alto e criando tensão no ar. Pelo que pareceu eles formam suas comunidades e delimitam seus espaços próprios e exclusivos. Mas lembrando de que assustador no sentido europeu de ser.

 
Clube Aprendi
Antes de escolher o destino é importante descobrir se as datas que você escolheu não abrangem algum feriado local. Se isso for a sua intenção desconsidere essa dica, mas se não, fique sabendo que os preços mudam muito e encarecem sua viagem em 25% em média, além de limitar as opções de restaurantes, bares, museus e outras atrações abertas. Sem esquecer a frequência dos transportes e as filas nas poucas portas abertas. Um dia depois pode fazer toda a diferença. Quanto gastei pelas três noites na cidade? Pasme: €540.
Para entrar clima, um clipe da banda norueguesa A-ha!