A Escandinávia permeia nosso
imaginário como lugar de gente loura, alta, magra e rica. Como se vivessem em
mundo seleto e exclusivista. Puro luxo em resumo! Quem não gostaria de
desembarcar em solo tão nobre?
Eu sempre quis. Aterrissei em terras norueguesa e te conto o que não deixar de fora do seu roteiro em uma visita a
Oslo, uma das capitais mais cara do mundo.
1) Bater
pernas no Ostbanehallen, coladinho na estação central de trens e cravada no
Centro da cidade. Eles chamam de shopping, mas é mais um centro comercial com
pitadas de mercadão. Nas lojinhas rola de tudo: roupas, temperos, revistas,
sapatos e gente no sobe e desce das escadas.
Fachda da Ostbanehallen |
Interior do mercadão |
2) Apreciar
a vista da cidade do alto da Fortaleza e Castelo Akershus. Construído em 1290 com
intuito de proteger a cidade tornou-se depois uma prisão e, hoje, abriga a
armaria militar da época e é onde acontecem os jantares solenes governistas
oferecidos a visitantes de outras lideranças estrangeiras.
Vista de Akershus |
Com a Akershus de fundo |
3)Passar
na Catedral de Oslo – A terceira versão construída na cidade, por volta de
1967. A torre alta, passível de ser avistada de longe, dá um charme nas fotos.
A torre da Igreja ao fundo |
Fachada do Teatro Nacional |
9) Passear
na praça em volta do City Hall, costeando o mar. Aliás, se deslumbra com a águas
que abraçam a cidade.
City Hall ao fundo com seu relógio em uma das torres |
11) Ficar
de boca aberta com a imponência da Ópera House de frente para os Fjord da cidade.
Inaugurado em 2008, a estrutura abusa das formas modernistas. Andar pelo teto do prédio
e ver a vista bem lá de cima é uma daquelas coisas que não tem preço. (Mentira,
na Noruega tudo tem preço sim). Dá também para circular pelo interior. Mas não esqueça de ficar sentado em qualquer lugar ou nas mesas do Café dispostas na calçada, vendo a vida nórdica passar em frente do seus olhos.
12) Ali
do teto da Ópera se embriagar com a escultura “She Lies”: obra de vidro
instalada numa plataforma de concreto no meio dos Fjord de Oslo da artista
Monica Bonvicini.
13) Tomar
uma ou várias bebidas na badalada Praça Aker Brygge. No verão o píer é dominado
com instalações de luxo que se transformam em bares cheio estilo e ponto de
encontro. Prepare o visual, já que os nativos são super trend e andam nas
ruas com os modelitos de passarela.
Praça Aker Brygge vista do mar com seu barcos-festas ancorados |
Aqui é a festa. Carregue a carteira e vem! |
14) Fazer
um passeio pelo Fjord de Oslo. Escolhi o tour Fjord Sightseeing, da empresa Baitserice, de duas horas, que passou por
várias penínsulas entre as que abrigam as casas de veraneio de ricos e famosos
dali. Preço 260 NOK.
15) Conferir
a diversidade cultural do bairro Gronland, a casa da maioria dos imigrantes que
representam cerca de 20% da população local com destaque para os paquistaneses
e somalianos.
Os muitos árabes em Groland |
16) Pegar
o barquinho no cais atrás do City hall e circular pela ilha Bygdøy - a região dos museus. Ali estão o Folk
Museum, o Fram na qual conta a história dos primeiros exploradores polares, o
Viking e o melhor de todos: o Norsk.
Os barcos viking do Viking Museu |
17) Vasculhar
cada cantinho do Norsk Folk Museum.
A estrutura é um show a parte já que a história do país é contada numa área a
céu aberto e em forma de teatro interativo. Muito bom mesmo!
Uma espécie de fazendo a céu aberto transformado em museu |
Com casinhas de época reconstruídas |
Aqui se fazia pão à moda antiga e com possilidade de provinha. |
Nada como moer o café que se beberá daqui a pouquinho |
18) Se
perder entre as esculturas do The Vigeland Park. São mais de 200 obras feitas
com aço, cobre e bronze produzidas por Gustav Vigeland. Imperdível!
19) Conhecer
melhor o movimento expressionista pelas mãos de Edvard Munch, um dos mais
famosos artistas do país e consagrado mundialmente com a série O Grito. Dois dos quatro quadros estão no Museu Munch, outro na
Galeria Nacional e a último é de propriedade particular.
Foto Divulgação |
20) Escolher
uma festa daquelas e se jogar de boca nas bocas nórdicas.
Aquece! |
Mapeando
Quem Leva – Fui de Ryanair de
Dublin até Rygge. Do Brasil não tem voos
diretos, conexões acontecerão em países como Alemanha, Inglaterra, Holanda,
Portugal e França. De qualquer um desses locais várias companhias low cost voam para
Noruega.
Aeroporto – centro – aeroporto
– Do aeroporto de Rygge tem um ônibus Express sincronizado com a hora de
desembarque e embarque do voo da Ryanair. A viagem leva uma hora e o ônibus é confortável
e a parada final e inicial é no terminal rodoviário, pertinho da estação de
trem bem no centrão. O preço é equivalente a 20 euros cada trajeto e o bilhete
pode ser comprado com o motorista.
Moeda – A moeda local é a
Coroa Norueguesa e 1 Coroa equivale a R$0,35. Parece pouco, mas na real tudo
custa caro. Quer ver? Uma cerveja custa em torno de 85 NOk, ou seja, em torno
de R$29.
Língua – a idioma local é o norueguês,
mas o inglês é surpreendentemente bem falado em todos os locais.
Quando ir – O inverno, você já
deve saber, é um dos mais rigorosos do planeta. A não ser que você queira muito
ver neve opte pelo alto inverno (dezembro a fevereiro), caso contrário, a
partir de maio até final de setembro o clima é dos melhores. Lembrando que no
inverno todos os passeios externos ficam, literalmente, inacessíveis.
Circulando – O trem urbano
circula legal pela cidade, no entanto, o preço do bilhete é salgado. Dá pra circular a pé e
de boa pelas regiões de interesse. Se você estiver pela Estação Central e quiser ir até o Vigeland Park é aconselhavel pegar o trem ou ônibus para otimizar tempo e evitar subidas.
Onde ficar – Qualquer lugar
entre a Estação Central e o Palácio Real está perfeito. Fiquei hospedado no Cochs Pensjonat, atrás do
jardim do Palácio, um bairro bem legal, cheio de lojas bacanas, cafés e bem
servido de transporte caso quisesse.
O que não rolou – Fazer o trajeto de Oslo a Bergen e se deslumbrar com os fjords, os verdadeiros. Esse passeio arrancava com o preço de 350 euros. E ver o Sol da meia noite. O mais perto que cheguei disso foi ver uma lua com o céu bem azul às 22h48m.
Clube Surpresa
Quando olhei no mapa, vi que
pouca coisa havia acima de Oslo, a menor capital europeia e, mas do que nunca,
queria ter esse privilégio. Sem medo e
orgulhoso, comprei os bilhetes. Durante a preparação do roteiro fiquei um pouco
assustado com os preços que me esperavam. Mas pensei que tudo daria certo, como
sempre deu.
Desembarquei no aeroporto e o preço
do translado até o centro foi o equivalente a 20 euros cada trajeto. O que já
era mais caro do que as passagens de avião na qual paguei pela ida e volta €21. Contei minhas coroas norueguesas no
caminho umas duas vezes já que tinha três dias pela frente. Vamos que vamos, pensei!
O trem que me levou do Centro ao
hotel já me fez desembolsar uma mini fortuna: o equivalente a cinco euros o
trajeto. Bora caminhar, chorei!
Cheguei em Oslo num feriado
prolongado, em plena festa de final da competição musical Eurovision. Cidade
lotada, Sol brilhando, temperatura agradável, Escandinávia e eu... com sede. Uma
garrafa de água o equivalente a sete euros. Ok! água só do banheiro, resmunguei.
Viagem econômica na
sofisticada Oslo pode não ser uma boa ideia...
Hummm...fome! Todos os lugares
que havia listado para comer no meu roteiro estavam fora de cogitação de tão caros.
Ainda mais que eu não como peixe ou nada que vive ou viveu na água. Mais uma
vasculhada pelo Centro e nada muito, digamos, barato.
McDonald´s aqui vou eu. Sim, eu sei que isso
não se faz. Mas não havia outra saída, pois tive de montar um plano de ação, já
que queria festar, beber e fumar (ainda fumava nesses tempos de glória) e ainda
tinha que comer. Então, como o hotel já havia sido pago, não pegaria transporte
público porque a cidade é fácil de circular a pé e havia separado o dinheiro do
ônibus que me levaria pro aeroporto, o que sobrou seria pra comer e festar.
Pelas
minhas contas - nesse momento eu comia dois hambúrgueres com um latte pequeno -
eu teria ainda mais dois almoços, duas jantas e dois cafés da manhã. Revertendo
isso tudo em qualquer restaurante na cidade não daria para me alimentar.
Os
supermercados, por causa do feriado, estavam fechados e o que havia aberto eram
as lojas de conveniência que normalmente têm os preços mais altos, agora
imagina na Noruega? Ainda teria as
noites regadas às coisas boa da vida. Resumo da ópera: McDonald´s – amo muito
tudo isso.
Ah! Depois da primeira noitada me certifiquei que o Mc seria meu
lugar. Por quê? Porque a cerveja custava cerca de 9 euros e o cigarro cerca de
12 euros. Ou seja, prepare seu bolso já que Oslo é a cara da riqueza.
Mas dito isso, a cidade é linda,
fácil de atravessar num piscar de olhos. Enganei-me em algumas coisas tipo: não
era o único negrão a andar pelas ruas. O
que isso quer dizer? Que em como quase todas as cidades europeias os árabes
tomaram conta, assim como os chineses, europeus lá do Leste e africanos. Na maioria das ruas centrias e no bairro de Gronland se vê árabes e somalianos e forma de bandos, ouvindo som alto e criando tensão no ar. Pelo que pareceu eles formam
suas comunidades e delimitam seus espaços próprios e exclusivos. Mas lembrando de que assustador no sentido europeu de ser.
Antes de escolher o destino é
importante descobrir se as datas que você escolheu não abrangem algum feriado
local. Se isso for a sua intenção desconsidere essa dica, mas se não, fique sabendo
que os preços mudam muito e encarecem sua viagem em 25% em média, além de
limitar as opções de restaurantes, bares, museus e outras atrações abertas. Sem
esquecer a frequência dos transportes e as filas nas poucas portas abertas. Um
dia depois pode fazer toda a diferença. Quanto gastei pelas três noites na cidade? Pasme: €540.
Para entrar clima, um clipe da
banda norueguesa A-ha!