Um dia acordei e pensei: como estou escrevendo minha história? Será que daria um bom roteiro ou a cortina abriria com dois ou três gatos pingados? Com 30 anos passados, talvez, esteja com 50% da atuação concluída. Corta! Decidi que não quero uma história narrada em terceira pessoa. Resolvi ser o protagonista da minha vida, dos meus atos.
Mas por onde começar?
Mas por onde começar?
Pensei.
Passei noites desatando nós feitos há anos. Alguns só amoleceram quando as lágrimas os encharcaram. Mais aí percebi que a corda era grande e que ela poderia me ajudar a descer ou subir, daí foi um pulo!
Agradeci tudo que tinha, e me desfiz sem dó.
Passei noites desatando nós feitos há anos. Alguns só amoleceram quando as lágrimas os encharcaram. Mais aí percebi que a corda era grande e que ela poderia me ajudar a descer ou subir, daí foi um pulo!
Agradeci tudo que tinha, e me desfiz sem dó.
Percebi que o que realmente me interessava cabia em uma mala amarela de 32 quilos.
Separei um casaco de veludo e várias meias.
Separei um casaco de veludo e várias meias.
Coloquei entre as camisetas paciência e força.
Nos bolsos de uma jaqueta as fotos de quem amo e bem no fundo da mala deixei uma foto minha para não esquecer quem sou e de onde vim.
Nas laterais escondi uma sacolinha cheia de coragem extra.
E na bagagem de mão a vontade de se tornar um cara melhor.
Quando fui escolher o lugar onde seria feliz, notei que ele não existia em mapas, tão pouco em guias.
Tive que seguir meu coração.
Fiquei na dúvida entre me levar ou me carregar e no final: me trouxe!
Desconfiava quando diziam que nos levávamos onde fossemos, pois é... passei quatro anos em Dublin, na Irlanda, meio ano em Lisboa, Portugal e, hoje, divido minha mala entre Porto Alegre e Florianópolis. Sempre comigo a tira colo.
Provando temperos, sabores, ventos, línguas e sempre procurando o Norte.
Nesse novo roteiro, não estou deixando minha vida acontecer sem mim. Empolgado, até fundei esse Clube onde divido meus mapas e minha obsessão jornalítica por pesquisas, listas e roteiros de viagem.
Provando temperos, sabores, ventos, línguas e sempre procurando o Norte.
Nesse novo roteiro, não estou deixando minha vida acontecer sem mim. Empolgado, até fundei esse Clube onde divido meus mapas e minha obsessão jornalítica por pesquisas, listas e roteiros de viagem.
Escrevo com a minha mão marcada por quatro pontos embaixo do minguinho e por sugestão de um amigo deixei a borracha de lado... “somente os originais”.
Se estou feliz?
Psiu!
A cortina já se abriu.
Se estou feliz?
Psiu!
A cortina já se abriu.
Segundo ato!
Clube dos Mapas
Redator - Paulo Rogério de Souza
Jornalista _MTB 13360
