30.7.12

Antes de cair na gandaia em Londres é bom você saber que...



ü  Pint é o copo medida padrão de servir cervejas e equivale a 500 ml. A ½ pint não apresenta uma boa relação no custo benefício.

ü  A cerveja é quente para os padrões brasileiros, mas a partir da segunda você nem vai mais sentir.

ü  À noite em Londres começa e termina cedo. A maioria dos pubs não passam da meia noite e o os clubs as três da matina já ascendem às luzes.

ü  As opções de bons restaurantes após as dez da noite são pequenas ou quase nulas.

ü  Não se engane: a relação vestido curto para estou te dando mole pode não ser proporcional.

ü  Quiz night rola na maioria dos pubs, principalmente, no meio de semana. O jogo de perguntas e respostas sobre todo e qualquer assunto é tradição de pai para filho.

ü  O inglês britânico é cheio de superlativos, então, na hora daquela cantada não esqueça as palavras-chave: great, really, amazing, absolutely, brillant e gorgeous. Usar duas delas juntas para descrever como ela ou ele é absolutely gorgeous é cesta de três pontos.

ü  Não esqueça de carregar o passaporte com você, pois os door man, vão pedir um “ID” independente da sua cara de criança  ou não.

ü  Pesquise o traje da balada que você for para não ser barrado, por não cobrarem ingressos, algumas casas adotam o incompressível sistema de porta. E só entra quem eles querem independente de quanta grana você tiver na carteira.

ü  Citar alguma exposição que estiver rolando no Tate, o museu de arte contemporânea, contará pontos a seu favor na hora do ataque. (tate.org.uk)

ü  Um convite para tomar um chá pode significar muito mais do que você pensa. E se ela ou ele te passar o leite para equilibrar a temperatura e o sabor da bebida, aceite e não faça cara de nojo.

ü  Se você acordar com uma gata ou um gato e ela ou ele te oferecer feijão adocicado com molho de tomate, linguiça, ovos frito, pudim salgado, torradas e, claro, chá com leite para o café da manhã saiba que ela ou ele te preparou uma típica refeição inglesa. Se ela não for para casar, corra para o pub mais próximo e prove o prato sem compromisso.

ü  Para saber onde são as after party quentes e como colocar seu nome na lista daquele member club converse com o vizinho no balcão do pub enquanto espera sua bebida ou use e abuse do Facebook.

ü  Se quiser esticar a noite de outra maneira, saiba que não existem motéis, como estamos acostumados com os neons vermelho brilhando pela cidade, portanto, se o algo mais rolar os Bed and Breakfast servem para isso. Muitos pubs oferecem o serviço. Mas não espere cascatas e cama redonda.

ü  Depois da balada inglês como Kebab ou comida indiana. Vá de Chicken Curry e não seja diferente.

ü  Às três e meia da manhã encontrar um táxi para te levar de volta ao hotel pode te custar o resto da noite. O melhor é ter um plano B como estar por dentro do itinerário dos ônibus noturnos que são seguro, rodam a noite toda e ainda aceitam o Oystercard  que você  não pode deixar de comprar para circular de metrô.

ü  E não esqueça: Mind the gap!

       Essa lista era parte de uma matéria minha que foi publicada na Revista Status (edição de julho) que esta nas  bancas e em breve estará aqui, mas por "causos" de edição não entrou. No entanto,  no blog entra.

Outros Mapas





23.7.12

O poder do criador sobre a criatura na Rota Causeway

Percorrer a Costa da Irlanda do Norte, no Reino Unido, é admitir o papel de criatura perante o criador. Nas estradas curvilíneas e estreitas  da Rota Causeway, construídas entres vales, lagos e montanhas de majestoso encanto;  impossível não sentir o poder da criação refletido na força e na beleza da natureza.


Deixando a capital Belfast, em pouco mais de uma hora  a dança das águas do mar irlandês se funde ao infinito céu azul  formando o encontro dos dois poderosos do universo.



Essa cena, certamente inesquecível, vista no percorrer das tranquilas e simpáticas trilhas, é capaz de provocar emoções simples como o choro.

Deixar a lágrima, assim como o riso, virem está  no pacote do que o poder da transformação do contato do ser humano com a natureza pode proporcionar.



Ao passar pelas pequenas ilhas de pescadores, como a charmosa Portrush, tem-se uma ideia do quão difícil era a subsistência dos habitantes no passado naquela região onde o vento muda a cor do céu, da terra e até do próprio ar.



O ponto alto da Rota é a Calçada dos Gigantes.

Calaçada dos Gigantes vista do alto das montanhas

Essa formação rochosa com mais de 60 milhões de anos, desenhada por 40 mil colunas de basalto é resultado da cristalização das rochas após entrarem em contato com a água, num período onde uma intensa atividade vulcânica era comum na região.







A Rota oferece ainda a travessia na  Carrick –a – Rede andBarrybane, uma ponte de cordas com mais de 30 metros de altura.





O caminho de pouco mais de 1 Km percorrido a pé para se chegar na invenção dos pescadores da época pra se conseguir o melhor salmão,  certamente, ficará guardadinha num cantinho da memória.

O caminho que leva a ponte

Os Castelos Carrickfergus e o Dunluce com suas ruínas à beira mar, assim como, a Destilaria Old Bushmills conhecida por ser a mais velha destilaria em operação no país valem a parada.

Castelo de Carrickfergus

Castelo de Dunluce


Old Bushmill Destilaria

Mapeando

Quem Leva - Dezenas de day tour saem de Belfast diariamente. Optei pelo McComb´s Giant´s Causeway Tours. Outro legal é Allen´s Tours.

Como funciona - Comprei o ingresso um dia antes no Hostel mesmo. O mini ônibus nos pegou na esquina. Ele fez ainda outras três paradas em outros hotéis, além do ponto principal, no Belfast International Youth Hostel antes de pegar estrada. A saída foi pontual às 9h15m. A volta foi por volta das 19h e pedi pra ficar na Rodoviária de Belfast já que voltaria de ônibus pra Dublin. O ônibus  do tour é simples, mas confortável. Ele faz algumas paradas para abastecer as sacolas com água e salgadinhos. O almoço foi servido no único restaurante dentro do  Parque Giant´s Causeway  (não incluído no valor do ticket) e as opções eram Beef Guinness Stew (picadinho de carne com batata e cenoura com molho de Guinness), Torta de Frango ou Fish and Chips. A visita no parque é duas horas e o ponto de encontro é no próprio ônibus.

Mapa da Rota Causeway - Imagem divulgação

É bom saber - As trilhas são super bem sinalizadas e seguras. Bancar o engraçadinho  com brincadeiras de chegar bem pertinho dos cliffs é pedir para morrer. As tradicionais ovelhas irlandesas estão  por todo o caminho. O vento lá de cima é absurdo de forte. Fui em abril e tive que usar ceroula e todos os outros artefatos pra conter o frio. São várias trilhas até chegar na Calçada dos Gigantes, fui pela maior e mais longa, que é de onde se tinha a melhor vista. Pode-se ir de ônibus "leva e traz" do restaurante até a Calçada. Tentei chegar perto da beira da Calçada querendo saudar Iemanjá mais de perto e levei um banho (parecia de descarrego - se foi, nem reclamei) de rir muito, mas assustou e a câmera fotográfica quase foi. Cuidar o horário é essencial, já que ficar ali perdido não deve ser muito legal. Como uma boa excursão tem sempre os que se atrasam e aí começa o pula atração. A visita na Destilaria é direto na lojinha - bem caça dinheiro de turista. É um dia bem puxado com toda essa caminhada e sobe e desce de ônibus.

É bom saber ainda - Muita gente aluga carro pra percorrer a Rota com mais calma e ir parando conforme a vontade e olhos pedirem. Fui passar a Páscoa em Belfast  (conto sobre a cidade depois aqui) e tinha só um dia pra conhecer a Costa e optei pelo mais prático.

Quanto custa-  £25 preço cheio, £22 estudante e £20 online.

Tem outros gastos? - Sim. A travessia da ponte custa £5,09. O almoço £10 sem bebida. Fora os salgadinho, chocolate e refrigerante para o meio do caminho.

Clube experiência - Não gosto de trilhas e essas coisas de subir até não sei onde pra se ter uma vista e voltar todo o caminho outra vez. No entanto, essa trilha é daquelas de emocionar mesmo. A fusão que falo no texto do mar com céu do alto da montanha é o poder na natureza na sua frente. Quando levantava o dedo parecia que poderia encostar no céu. Como sempre tive pra mim que onde estiver céu, Deus estará presente... nunca senti a presença Dele tão forte.

18.7.12

As Minas de Sal de Wieliczka na Polônia

Quem não adora um sal? O tempero dá sabor a uma das coisas mais sagradas da vida: o alimento. Por isso, no passado, lá no período de comércio de especiarias o sal foi o grande “achado” para a riqueza rápida já que, além de saboroso, também conservava alimentos.
A Polônia, por sorte, conseguiu uma fatia desse bolo quando, há 13 milhões de anos as Minas de Sal de Wieliczka foram descobertas e se tornaram as minas de ouros, digo, de sal dos monarcas no século 11.  O auge demorou um pouquinho pra chegar só entre os séculos 16 e 17.
Hoje, é um grande ponto de visitação no Sul da país, não só pela história, mas também, pelos trabalhos artísticos esculpidos com sal e pelas propriedades curativas que dizem ter o lugar.

Foto divulgação do site - Fachada externa

As Minas estão sobre a proteção da UNESCO e ficam a trinta minutos de Cracóvia de carro.  O prédio tem nove níveis e 327 metros de profundidade. Os tours são todos guiados e em diversas línguas. Para começar é preciso descer 378 degraus o que quase me fez desistir só em saber que teria que  fazer o caminho de volta. Com um inglês carredo no sotaque a guia, solta sorrindo: Não se preocupem o caminho de volta é de elevador. Melhor!



De lá, em cada um dos vinte monumentos o ela explicou um pouquinho da história de tudo aquilo.

O ponto alto da visita esta a 101 metros de profundidade: The Saint Kinga´s Chapel, criado pelos artistas autodidatas Józef e Tomasz Markowski e por Antoni Wyrodek. 

Clube dos Mapas
Do piso aos lustres, tudo de sal
Impressiona como tudo, tudo é de sal (passei o dedo e coloquei na boca pra provar). A capela tem inspiração no Novo Testamento e abriga a obra "Madonna e a Criança".

Modonna e a Criança
A temperatura lá dentro gira em torno de 14°C, por isso, o motivo de muitas pessoas com problemas respiratórios  procurarem os tratamentos oferecidos ali dentro mesmo num espaço específico onde se pode passar o dia ou pernoitar. Tudo em busca da cura.
Foto divulgação do site
Com exceção das mesas e cadeiras tudo nesse restaurante é de sal

Com exceção dos bancos e dos pilares tudo nessa igreja que têm missas é de sal

As três horas passam voando e  o elevador, realmente, nos leva de volta a superfície. Ok! O elevador é todo aberto e lotado e os 30 segundos de subida passa tudo pelo sua cabeça.

Mapeando
Quem leva : De Cracóvia são dezenas de empresas que fazem o tour. Pesquise entre elas por preços melhores, já que os tours são sempre os mesmo. Comprei no mesmo dia pela manhã.
Quanto custa: 73 zlóty ou em torno de €1 9 pelo ingresso preço cheio. Tour: paguei €30.
É Bom saber: Se você tem fobia de locais fechados ou subterrâneos é melhor procurar por outras atrações. Mesmo com uma temperatura agradável a sensação de estar em baixo da terra é estranha. Leve um casaquinho mesmo no verão.  Os guias das empresas fazem certa pressão para os visitantes pularem a visita ao museu que fica ao no prédio ao lado das Minas, então, se você quiser avise de antecedência.  Está sempre lotado de turista.
Clube Experiência: Pelo preço vale a pena, principalmente, pela capela de Santa Kinga. Em muitos tours vendidos pela cidade a visita as Minas é a terceira e última parte entre as três atrações possíveis: Campo de Concentração Birkenau, Campo de Concentração Auschiwitz e Minas de Sal Wieliczka. O Day tour começa entre 8h e 9h e acaba em torno das 19h30m. Depois de umas conversas com poloneses nas mesas de bares que já contei aqui, preferi não visitar os campos de concentração.
A opção seria passar um dia entre uma história tão pesada (pelas fotos que vi têm partes em que se visitam lugares onde estão os cabelos, sapatos, roupas dos assassinados lá) ou continuar vivendo a vida como se fosse um polonês preto. Com um pouco de culpa (por ser jonarlista e adorar história) preferi ficar rodando por Cracóvia. Fui ao Kazimierz outra vez, circulei pelos supermercados, tomei café em cantinhos fora do “circuito” tradicional, conversei com estranhos, paquerei, vivi o presente daquela cidade com habitantes que tentam deixar a cabeça erguida a qualquer custo tentando esquecer o passado, mesmo que as vezes sem muito sucesso.
Optei, então, por não entrar naquele mundo sombrio dos campos com uma energia de morte, sofrimento, dor, ódio, ressentimentos, perda; extremamente forte. Preferi a vida viva que pulsa do lado de fora dos campos.
Pra quem quiser ir detalhes aqui e aqui.

Outros mapas

Zakopane: o playground de inverno dos poloneses

Cracóvia: o que não deixar de fora no seu roteiro

15.7.12

Zakopane: o playground de inverno dos poloneses

O playground dos poloneses no inverno é a cidadezinha de ZaKopane. Localizada bem  no Sul do país, tem pouco mais de 28 mil habitantes e esta distante duas horas de Cracóvia.  Cercadas pelas montanhas Trata já foi a casa dos Gorals, um dos muitos grupos de colonos europeus  que viviam em regiões montanhosas com seu próprio dialeto, costumes e tradições.

Hoje, é a casa de turistas locais e internacionais que querem admirar o trabalho arquitetônico do artista Stanislaw Witkiewicz (1851 – 1915) que imprimiu sua assinatura nas casinhas de madeiras ornamentadas espalhadas pela cidade; aproveitar também o que sobrou da cultura folclórica  e desfrutar das condições climáticas amenas que dizem ter  propriedades curativas.

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Centrinho de Zakopane com as casinhas de madeira

A indústria turística fez seu papel e trouxe Campos de Ski, resorts, Spas e restaurantes bacanas tudo a preços de barganha se comparado com Áustria e Suíça.

Fui seduzido por imagens como essa que rolam na internet das Montanhas Tatra
Como já contei aqui o plano original durante minha visita à Polônia era embarcar em um dos Day tour saindo de Cracóvia para Zakopane e sentir um pouco dessa  atmosfera, mesmo que sem Ski ou resort.

Como de costume, uma semana antes do embarque das minha viagens, não desgrudo os olhos da previsão do tempo. Era outubro e o frio já dava sua cara. E ali já dizia que  o dia reservado a Zakopane seria de chuvinha fraca mas constante além de nevoeiro. Preferi não reservar o tour online e montei um Plano B que seria ir por minha conta, mesmo que só no centrinho.  

Batata! Acordei no dia e a neblina coloria tudo com tons de cinza. Em outras palavras: impossível ver as montanhas Tatra e as belezas naturais ao redor tão sedutoras nas imagens na internet. Com esse cenário preferi poupar o equivalente a €70 pelo tour que me levaria em lugares com vistas bem bacanas.

Corri pra estação rodoviária no centro de Cracóvia e por €9 retorno desembarquei no Centro de Zakopane. O ônibus, que sai a cada hora e faz o trajeto em pouco menos de duas horas, é terrível: sem banheiro, aquecedor e com poltronas que mal inclinam. Escrevi naquela cobertura de frio sobre a janela €9 pra eu não reclamar. Mas foi de boa!
Surpreendentemente despreparado comprei um mapa e um café na estação e segui procurando o Norte.
Passos depois já cai na praça central. Os termômetros ali já marcavam 2°C e uma sensação de – 1°C.

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Consegue ver as montanhas?
Pra esquentar uma passada no mercado aberto que tem de tudo: de comidas típicas aos vestuários à la esquimó  pra encarar a friaca.

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As crianças comiam uma espécie de rosca de polvilho tamanho gigante. Sem fazer desfeita provei e aprovei.

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Ainda na esperança de curtir as montanhas fui parar no PKL - um complexo de parques de diversão com  atrações pra família toda. São 6 parques espalhados pelo país e cada um deles com  entretenimento diferenciado. Os dois da região de Zakopane têm com protagonista a Trata, claro!

Comprei o ticket diário do parque Gubalowka por 10 Zl ou €2,50 .  O funicular leva os visitantes até o cume e de lá cada um por si. O ambiente parecia meio abandonado, talvez tive essa impressão pela neblina forte somada a arquitetura das casinhas de madeira na qual parece tudo velho e sombrio.
Parque Gubalowba


O colorido da vestimenta típica dos Gorals disfarça a neblina

Fiz os 2 Km da trilha do Gulabalawka até o Butorowy motivado por uma espécie de pretzel em forma de caracol enrolado em um espeto de madeira assado em forno à lenha coberto com açúcar e canela, de comer chorando.   
Não gosto de trilha ainda mais assim. Tudo pelas experiências:)

Na volta os carrinhos dão uma força.



Carrinhos  esses muito estranhos. Não parecem muito seguros, principalmente, quando se esta no meio do nada e as vacas se tornam pequenininhas lá em baixo.


 Quando cheguei em terra firme foi um alivio. Corri pro Centro pra comer uma comida bem quente antes de voltar pra Cracóvia.



No ônibus de volta, tentava, ainda, ver as montanhas Tatra através dos €9 que escrevi na janela.


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Quem levou : Cracóvia – Zakopane – Cracóvia  por ônibus regional a 36 Zl ou €9, com frequência a cada hora e trajeto feito em menos de duas horas em ônibus super, super econômico.

Quando ir: Para esquiar e outros esportes de inverno, no inverno. Se não gosta de tanto frio o outono é a pedida.

Circulando: Zakopane é minúscula, rode pé por tudo.

É bom saber: Que faz frio mesmo e “temperaturas amenas” são para padrões europeus de inverno. Para outras informações aqui.

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Cracóvia: o que não deixar de fora no seu roteiro

Liverpool: um porto de surpresas

Bruges: a capital romântica belga 

4.7.12

Cracóvia: o que não deixar de fora no seu roteiro

Charmosa e inesquecível, Cracóvia, a capital cultural polonesa, tem sido uma ótima opção para aqueles que querem fugir dos tradicionais roteiros europeus. A mistura na dose certa de história, modernidade, comida boa, gente bonita circulando pelas ruas e tudo a preço de barganha; faz a cidade ser sensação no leste do Continente.

Por isso, aí vai a minha seleção do que você não pode deixar de fora no seu roteiro.

1) Tirar quantas fotos forem necessárias na maior praça medieval da Europa: Rynek Glówny, protegida pela UNESCO e com uma arquitetura fantástica.
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As torres desiguais da Catedral da Virgem Maria na praça construída no século 13

2) Perde-se entre as barracas com artesanatos locais e jóias de âmbar no Palácio de Pano Sukiennice bem ali: no meio da quadrada Rynek Glówny.
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Sukiennice domina as atenções na praça
3) Admirar o imponente altar da Basílica da Virgem Maria, construído no século 15 por Veit Stoss, e dali de dentro escutar o lendário toque de clarinete, a cada hora cheia, vindo das torres desiguais, uma herança dos tempos medievais.
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4) Se lambuzar com o Paczek, uma espécie de sonho de padaria recheada com marmelada, vendida nas esquinas e para comer ali mesmo, na rua.

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Centro Velho povoado por pombas que não dispensam um Paczek

5) Como a Polônia é um país extremamente católico, não estranhe a quantidade de freiras andando pelas ruas.  E aproveite para entrar na cultura local e faça a rota das igrejas. A sua caminhada pode começar na Catedral da Virgem Maria, passar pelos vitrais de Stanislaw Wyspiánski na Franciscana, seguir pela magnífica fachada da São Paulo e São Pedro e terminar na Catedral do Wawel.

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Fachada da Igreja São Paulo e São Pedro
6) Sentar em um dos muitos cafés com serviço de mesas na calçada ao redor da Rynek e admirar a beleza do povo polonês é obrigação. Eita povo lindo!

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7) Depois de visitar o Museu Czortoryski, que abriga “A Dama com Armarinho” de Leonardo da Vinci (temporariamente no Castelo Wawel, até a restauração do museu terminar), não esquecer de dobrar a esquina e dar um pulo na Space Gallery para conferir o trabalho contemporâneo dos artistas locais.

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Foto reprodução Museu Czortorysk "Dama e o Arminho" Leornado da Vinci-  1490
8) Aproveitar umas das muitas homenagens ao músico Chopin, nascido no país, como um dos seus cinco manuscritos exposto na Biblioteca da Universidade Jagiellonian.

9)Se embriagar pela arte pós- moderna na Bunkier Sztuki.
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Um dos meus lugares favoritos em Cracóvia
10) Tomar um café no estiloso Jama Michalika  a casa do Movimento Mloda Polska, o Modernismo polonês e curtir o décor art nouveau e o folclore local.
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Florian´s Gate, uma fortaleza do século 14 que desemboca na Ul Florianka,  a movimentada rua do Michalika
11) Aproveitar os preços baixos e encher as sacolas entre as 270 lojas da Galeria Krakowska, o melhor shopping da cidade.

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O centro comercial de Cracóvia
12) Andar até cansar pelo Monte Wawel, conhecido localmente como alma da nação. Ali esta o Castelo Real e a Catedral gótica. Ambos dominam as atenções, assim como o 360 trabalhos de tapeçarias encomendados pelos reis da época para decoração de interiores. Lá do alto dos jardins o rio Vístula se apresenta lindo e cheio de charme. Ah! O Dragão Den  com fogo cuspido pela boca é um barato e vale  ficar parado em frente dele esperando pelo show enquanto alguém tenta registrar o momento.
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Interior do castelo com tour guiados
13) Circular pelo Kazimierz (o reduto judaico que no século 15 abrigou mais de 70 mil judeus antes de serem transferidos para os guetos, ali pertinho, até que fossem exterminados) e visitar as sinagogas, os brechós, o mercado de pulga e as “vendas” judaicas que misturam produtos deles com poloneses criando um colorido super bacana nas prateleiras provando que ali a paz parece reinar.

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Interior da Tempel Sinagoga  no Kazimierz  
14) Ainda no Kazimierz, que serviu de locação para o filme a "Lista de Schindler", fazer um happy hour longo e demorado. O bairro hoje, renovado, é o centro cool de Crácovia. Ao redor da Praça Nowy estão os bares mais legais como o Alchemia e o Singer (Izaaka, 1 Cracóvia).

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A fria noite esvaziou a calçada do Singer e esquentou o papo lá dentro
15) Falando em Alchemia, prepare-se para entrar no túnel do tempo. O bar iluminado apenas com luz de velas é parada obrigatória. Uma vez ali aproveite o que o cardápio do dia oferecer: música, teatro, cinema além da decoração retrô queridinha dos artistas modernetes da cidade. Diz a uma lenda de rua que era no Alchemia que os intelectuais se encontravam as escondidas na época do domínio do Hitler. E o não ter luz era o artifício usado para não chamar a atenção dos inimigos.
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16) Entrar na festa dos bares porões que lotam o Centro Velho da cidade e se jogar na vodka misturada com suco de blueberry ou cranbery ou então na Zywitec, a cerveja local.
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Pode ter certeza que atrás de uma portinha ou em baixo do nada esta o tudo!
17) Curtir o bom som dos anos 80 na Lubu Dubu um casarão com uma entrada super mal encarada com escadas idem, mas cheio de estilo. O vizinho de porta Kitsch também manda ver nas caixas de som e abriga um público “de tudo um pouco e não estou nem aí” fazendo a festa.
Foto reprodução site Lubu Dubu

18) Provar o Pierogies uma espécie de ravióli com os mais variados recheios entre doces e salgados. Apesar de ter uma textura meio molenga pode ser que você goste!

19) Entrar nos supermercados locais e vasculhar as prateleiras e encher as sacolas com que você bem entender e quiser. Atenção para os biscoitos de waffle recheado com frutas locais ou hazelnut, para os queijos e embutidos que combinam muito com os  vinhos dali ou com Fanta sabor Pomegranate ( a nossa romã).
Não deixe ainda de provar as tortas deliciosas, e, as vezes estranhas, como as que misturam pão de ló com gelatina, frutas tropicais e secas vendidas nos supermercados, padarias e cafés.

20) Se for casado circular pelas ruelas medievais do Centro Velho de charrete e entrar no clima da época. Agora se estiver solteiro cair na gandaia mesmo e beijar muito na boca porque eles sabem, como nós, fazer festa boa.

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Quem levou - Dublin – Cracóvia – Dublin por Ryanair a €60 (retorno incluindo taxas).

Moeda - A moeda local é o Zloty e um euro equivale a 4 Zloty.

Língua - A língua oficial é o polonês. No entanto, em Cracóvia, o inglês é bem entendido e falado. E se mesmo assim você quiser arriscar algumas palavrinhas no idioma local aí vai. As dicas são da minha queridissíma amiga polonesa Kasia Biela:
Bom dia! -  Dzien Dobry (pronuncia-se Din dobren)
Boa Noite! – Dobranoc (pronuncia-se Dôbranotis)
Obrigado! – Dziekuje (pronuncia-se Dincuia)
Vocabulário da paquera:
Qual seu nome? – Jak Sie Nazywasz (pronuncia-se Iak chpeNaziváchi)
Eu sou brasileiro – Jestem z brazyli – (pronuncia-se Iestem Z brazili)
Eu gostei de você – Lubie Cie (pronuncia-se Lubié tché)

Quando ir - O inverno no país é bem rigoroso com temperaturas chegando a – 30°C com neve. O verão é quente e atinge os 35°C fácil.

É bom saber - que o Castelo Real Wawel esta abrigando a obra "Dama com Arminho" durante a restauração do Museu Czortoryski. E que durante o inverno os horários de todas as atrações modificam e alguns lugares fecham as portas. Melhor checar os sites para garantir.

Circulando - a melhor maneira de conhecer a cidade é a pé. Pra voltar das baladas que acabam bem tarde use os taxis que são super em conta.

Aeroporto - Centro: Ônibus 292. A parada dele fica a direita da saída do portão de desembarque (entre T1 e T2).  A parada final é no prédio da  Galeria Krakowska. O trajeto é feito entre 30 e 45 minutos dependendo do horário e do transito. O bilhete pode ser comprado com o motorista, no quiosque do aeroporto ou nas máquinas de autosserviço na parada de ônibus. Lembre-se de ter moedas se quiser pagar no ônibus ou usar as máquinas. O bilhete de uma viagem custa 3,40 zloty. Outra opção é o trem que sai da estação que fica à 200m metros do aeroporto, mas tem serviço de shuttle, até a estação central de trem da cidade.

Centro – Aeroporto: Além dos tradicionais já citados há também o serviço alternativo de van que cobram em torno de 5 zloty para no mínimo dois passageiros. Elas ficam estacionadas em frente à Galeria Krakowska.

Qual era o plano original? Ter Cracóvia como base para as três noites. Balada no sábado á noite, turistar pela cidade no domingo. Balada não tão forte no domingo à noite. Dividir a segunda entre Wieliczka (para ver as minas de sal) e Awschwitz e Birkenau (para ver os campos de concetração) e balada forte  na última noite. Terça, passar o dia em Zacapone e embarcar de noitinha.

Plano cumprido? Tudo exceto a visita  a Awschwitz e Birkenau que achei muito pesado (contarei os day tour nos próximos post aqui)

Clube experiência
Cheguei em Cracóvia num sábado por volta da dez da noite. Planejadamente hotel, banho e balada. O entrar no bar foi um momento: olha aquele preto ali...hummmm! achei que fosse o efeito do álcool falando. No entanto, andando no outro dia na Galeria Krakowska todos, sem querer me achar o bonitão, me olhavam nos corredores. As crianças faziam um jogo de 360° com os olhos de gargalhar. E foi o que fiz ri muito dessa situação que, ao invés, de me incomodar eu tirei vantagem e me senti objeto de desejo.