30.10.12

Salve Jorge!

Lisboa é uma cidade com nome e sobrenome e de um charme irresistível. Voltada para o rio Tejo parece ter um guardião especial que olha por ela. Para muitos é Santo Antônio ou Nossa Senhora de Fátima, mas prefiro acreditar que é São Jorge.

 
E não é que ele tem até um castelo em seu nome.


Por onde quer que se caminhe no Centro histórico da cidade, lá esta ele: brilhando no alto da colina.


Avenida Augusta com o Castelo ao fundo vista do Elevando de Santa Justa
A fortificação, construída em meados do século XI pelos muçulmanos, que nessa época detinham o domínio do local, integrava a zona nobre da antiga cidade medieval e era o reduto de defesa para as elites que viviam ali, cujo palácio ficava nas proximidades.

 
Em 1147, D. Afonso Henrique e suas tropas, com o objetivo da Reconquista Cristã da Península Ibérica, investiram contra essa fortificação muçulmana e teve na figura do cavaleiro Martin Muniz o herói do mérito. Já que, segundo a lenda, foi Muniz que viu a porta entreaberta do castelo e com seu próprio corpo a impediu que se fechasse, possibilitando assim, a entrada dos guerreiros.
E como agradecimento do feito, o castelo, então cristão; foi oferecido a São Jorge, o santo que muitos cruzados dedicavam devoção.

 
No século XVI o Castelo viveu seu período auge como espaço cortesão. Por ali passaram personagens ilustres nacionais e estrangeiras festando e aclamando reis ao longo dos séculos XIV, XV e XVI. Depois da integração de Portugal à Coroa da Espanha, em 1580 e até o século XX, o Castelo adquire um caráter mais militar e passa a abrigar o equipamento bélico.
Após o terremoto de Lisboa de 1755 uma renovação substantiva eclode na cidade e muitas outras construções novas vão escondendo as ruínas mais antigas do castelo. Soma-se a isso a transferência do Paço Real e ele cai no esquecimento.  Só em 1938-40 com as grandes obras de restauro se redescobre a importância histórica do Castelo de São Jorge e os vestígios do antigo Paço Real e ele é devolvido ao povo.

Hoje, é ponto de parada obrigatório para quem visita Lisboa.  Ali é possível ver os vestígios do antigo Paço Real da Alcáçova e o Castelejo. No conjunto edificado onde esta o Núcleo Museológico, o Café do Castelo e o restaurante Casa Leão constitui a memória da antiga residência real medieval.


 A Torre de Ulisses abriga o Periscópio, um sistema ótico de lentes e espelhos inventado por Leonardo da Vinci no século XVI e que permite observar minuciosamente a cidade em tempo real num olhar de 360°. Um barato!

 
E a cereja do bolo, claro, são os miradouros, de onde se tem vistas das mais lindas da cidade abraçada pelo Tejo.

 

Mapeando
Onde fica: Na Rua de Santa Cruz. Região do Castelo. No alto, mas bem no alto da colina.

Acessos: Ônibus 37 e os Elétricos (bondinho) 12 e 28. Vale lembrar que esses transportes não te deixarão no portão de entrada. Uma caminhada na ladeira de chão de pedra será inevitável, a não ser que você vá de taxi. Mas aí se prepare para perder o charme das casas ao redor com suas roupas estendidas nas janelas formando um mosaico de cor à La Van Gogh e o Urinol.

 
Horários
Castelo - Das 9h às 21h de março a outubro e das 9h às 18h de novembro a fevereiro.
Periscópio – Torre de Ulisses - Das 10h às 17h.
Restaurante Casa do Leão - Das 12h30 às 23h (reservas + 351 – 218 88 154).
 
Quanto custa
Inteira €7,50.
Estudante menor de 25 anos e idosos com mais de 65 anos: €4
Lisboa cards: €6
O que mais posso fazer: O Castelo conta com visitas guiadas e um oferta de atrações culturais ao longo do ano. Até dezembro, por exemplo, o malabarismo circenses tomará conta das ruínas sempre no primeiro sábado de cada mês. E não para por aí, não. Sempre tem alguma coisa rolando lá no alto. Mais informações aqui.


Outros Mapas


Museu do Fado: retrato português


Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom!!!